DAYANNE SOUSA - Agencia Estado
Foram analisadas seis empresas: Petrobras, Bradespar, DASA, Klabin, Lupatech e Inepar. A pesquisa foi realizada em parceria com o Banco de Desarrollo de America Latina (CAF) e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
O trabalho coordenado por Georgina Núñez e Andrés Oneto propôs uma série de questões sobre os conselhos de administração, comitês de auditoria, comitês de investimentos em ativos financeiros, comitês de financiamento corporativo e comitês de riscos. Com uma resposta afirmativa às perguntas, a empresa recebia pontuação 1 e, com uma resposta negativa, a pontuação era 0. Foram consideradas questões como: "o Conselho de Administração tem, no mínimo, 50% de conselheiros externos?" ou "o presidente do Comitê de Riscos é um conselheiro independente?"
"De forma geral, os índices das empresas brasileiras investigadas estão muito distantes do benchmarking", concluiu o estudo. Para um valor máximo de dez, o maior obtido na amostra do Brasil foi 2,52, enquanto o valor médio foi 1,79.
Os pesquisadores da Cepal concluem que existe "a necessidade de aumentar a adoção de mais comitês em empresas brasileiras, em especial, os comitês de investimentos em ativos financeiros, de financiamento corporativo e de riscos". Segundo o documento, "isso tenderia a diminuir o risco de emissão de dívida".
Na análise individual das empresas estudadas, o documento da Cepal avalia que a estrutura de governança corporativa da Petrobras é " mais robusta do que as demais", mas considera que "este resultado também não pode se dissociado do seu maior porte empresarial, o que acaba estimulando o aprimoramento das práticas de GC e da gestão do risco".
"A Bradespar também emitiu títulos com baixo risco de crédito", diz o estudo. "A empresa resgatou suas debêntures de forma antecipada e não foram identificados problemas com os seus debenturistas". A Cepal destaca, porém, que a organização "não possui comitês instalados e, portanto, não tem uma comissão específica e formal para tratamento de seus riscos, suas finanças e os aspectos pertinentes à auditoria".
Sobre a DASA, a pesquisa da Cepal diz que "não foram identificados indícios de problemas com os detentores de seus títulos de dívida, apesar de a empresa ter enfrentado problemas de GC, em particular no que tange às transações com partes relacionadas".
Para a Lupatech, o estudo faz uma recomendação: "O estabelecimento de comitês auxiliares na gestão de riscos, de processos internos e da área financeira, bem como a preconização de todas as melhores práticas de GC poderia subsidiar melhores decisões na entidade e fornecer informações mais consistentes aos investidores".
No que diz respeito a Klabin, o documento destaca que "a empresa foi obrigada a alienar alguns ativos e a buscar outras formas de melhorar o seu desempenho econômico-financeiro". "A empresa não tem comitês relacionados ao risco, finanças e auditoria em sua estrutura e, a exemplo das demais, poderia ter seus problemas atenuados com a utilização de tais recursos", acrescenta o texto.
A Inepar, diz o texto, "apresentou problemas evidentes com o cumprimento de suas obrigações". "A sua demorada reestruturação, bem como a crise que enfrentou, fez com que a empresa renegociasse as suas dívidas e incorresse em default. A sua estrutura de GC poderia ser melhorada, com a utilização dos benefícios da criação de determinados comitês que, até então, não existem na empresa", afirma o estudo da Cepal.
Acesse o Estudo na Integra : Gobernanza corporativa en el Brasil, Colombia y México:La determinación del riesgo en la emisión de instrumentos de deuda corporativa
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