segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Operação da PF prendeu grupo suspeito de violar informações sigilosas.

Vice da CBF diz que recebeu dados 'dentro da mais estrita legalidade'

Operação da PF prendeu grupo suspeito de violar informações sigilosas.
Del Nero foi liberado após depoimento; 'Não se refere a futebol', disse.

Do G1 São Paulo

O presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF) e vice da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo Del Nero, disse nesta segunda-feira (26) que prestou depoimento à Polícia Federal (PF) nesta manhã e teve computadores apreendidos por ter contratado um prestador de serviços que se tornou alvo de ação da PF. No começo da noite, Del Nero divulgou nota (veja íntegra abaixo) para explicar que contratou o grupo por não ter indícios de que ele cometia irregularidades. Ele reforçou ainda que seu depoimento não teve relação com a atividade de dirigente de futebol.

"Não se refere a futebol, vou deixar bem claro, a própria polícia já definiu, não se refere também ao meu escritório de advocacia, refere-se a uma informação que eu quis ter de determinada pessoa para poder saber se poderia fazer negócio com ela, apenas isso", afirmou Del Nero ao SPTV.

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"E essas informações não são quebras bancárias, quebras de informações telefônicas, não é quebra de informações seja lá quais forem", disse.

Pela manhã, a casa do dirigente foi vistoriada e dois computadores acabaram aprendidos. Além disso, ele foi conduzido à sede da PF, onde prestou esclarecimentos e acabou liberado.
Del Nero foi ouvido na Operação Durkheim, que prendeu suspeitos de participar de duas organizações criminosas envolvidas em violação de dados e em crimes financeiros. Segundo a PF, 87 mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos estados de São Paulo, Goiás, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro e no Distrito Federal.
Ao menos 27 pessoas foram presas, segundo a polícia. Ainda de acordo com a polícia, 57 pessoas foram indiciadas. Segundo a PF, o inquérito começou em setembro de 2011 para investigar os desdobramentos da apuração do suicídio de um policial federal em Campinas.
A morte levantou suspeitas sobre a possível utilização de informações sigilosas, obtidas em operações policiais, para extorquir políticos suspeitos de envolvimento em fraudes em licitações. De acordo com a polícia, a operação foi batizada de "Durkheim", em referência ao sociólogo francês Émile Durkheim, autor do livro "O Suicídio".

Íntegra da nota de Del Nero
Veja abaixo íntegra da nota divulgada pelo vice-presidente da CBF:

"Nota à imprensa: Operação Durkhein da Polícia Federal
Publicado em 26 de novembro de 2012 às 19h03

Com referência ao meu comparecimento às dependências da Delegacia de Repressão aos Crimes Financeiros - DELEFIN - da Polícia Federal em São Paulo na manhã de hoje, 26/11/2012, para prestar esclarecimentos em inquérito ali instaurado, cumpre esclarecer à opinião pública o seguinte:

1. Em face da necessidade de formalizar situação jurídica de caráter eminentemente pessoal com terceira pessoa (e que nada tem a ver com minhas atividades de direção na Federação Paulista de Futebol, em qualquer outra entidade desportiva ou mesmo com o exercício da advocacia), deliberei obter informações mais detalhadas acerca de sua vida pretérita, de seu comportamento moral e social, bem assim dos eventuais registros forenses em seu nome existentes;

2. Para tanto, contratei empresa prestadora de tais serviços, cujo endereço localizei, entre outras, em publicidade comercial veiculada na rede mundial (internet);

3. Referido prestador de serviços (oferecidos publicamente, o que sugere legitimidade e regularidade), passou, então, a me fornecer algumas informações sobre o comportamento da pessoa indicada, tudo dentro da mais estrita legalidade, inclusive apresentando certidões e informes a todos disponíveis nos registros públicos;

4. Deu-se, então, que em determinado momento foi-me oferecido um relatório sobre mensagens escritas enviadas por essa pessoa a terceiros, o que despertou estranheza e preocupação visto que tal proceder extravasa da normalidade da simples verificação e adentra a órbita do proibido. Foi por essa razão que, diante de um relatório de investigação social que estaria a conter alusão a supostos diálogos captados , dispensei tais serviços, incontinenti;

5. Ocorreu, então, que tal prestadora de serviços veio a cair nas malhas dessa denominada “Operação Durkhein” da Polícia Federal, e em sua sede foram encontrados registros dos serviços que me havia prestado anteriormente. Por tal razão as investigações policiais foram estendidas e culminaram com busca e apreensão de documentos e computadores em minha residência (e até na FPF que nada tem a ver com meus assuntos pessoais);

6. Diante de tal cenário dispus-me a comparecer, espontânea e imediatamente, à sede da Polícia Federal, onde prestei os esclarecimentos que se faziam necessários;

7. Claro que não posso nominar as pessoas envolvidas no episódio em razão do segredo de Justiça decretado naqueles autos, sob pena de cometer violação de sigilo, que constitui delito. Reitero, no entanto, expressa e veementemente, que os fatos nenhuma ligação têm com o Futebol, paulista ou nacional, com qualquer delito financeiro a mim imputável ou com minhas atividades de advogado militante.

É o que me cabe esclarecer publicamente para que ilações equivocadas não se produzam a respeito do ocorrido.

São Paulo, 26 de novembro de 2012.
Marco Polo Del Nero."

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